8.9.12

Vale a pena!


No final do período prático da minha ETED, em julho de 2010, depois de dois meses de evangelismo intenso nas cidades de Uberlândia e Rio Verde eu jurei que nunca mais iria pintar o meu rosto ou apresentar qualquer uma das peças ou danças da Jocum. Nada mais natural, afinal, estava exausto, cansado do ritmo alucinante do prático. No começo era tudo novidade e eu até me divertia pintando a cara, apresentando teatro e dançando, mas conforme o tempo foi passando eu só queria que tudo aquilo acabasse. Nos apresentávamos quase todos os dias, muitas vezes mais de uma vez no dia e a minha pele já não estava dando conta daquela maquiagem e do sol. Eu não aguentava mais aquelas músicas, as peças e as danças.


É claro que, no auge do meu cansaço, era isso mesmo que eu pensava, mas três meses depois estávamos com uma equipe em Uberaba e Brasília e eu estava lá novamente, me maquiando, apresentando teatro e dançando todos os dias durante o prático da ETED Artes. Só que dessa vez foi diferente. Foi nessa viagem que eu passei a ver nossas estratégias de evangelismo com outros olhos. Eu me alegrava em me maquiar e em dançar e apresentar as peças de teatro. Eu me converti às estratégias que tínhamos para falar do amor de Deus e do seu perdão. É claro que durante o meu prático eu sabia que aquilo era apenas uma ferramenta para alcançarmos pessoas, que o que importava mesmo era o relacionamento, mas naquela época não conseguia pensar em nada disso. Eu vi Deus agindo através daquelas peças, das danças e mesmo dos nossos rostos pintados. Eu vi pessoas sendo alcançadas pelo amor de Deus através de uma pantomima que fazíamos de olhos fechados, ao som de uma música que já não aguentávamos mais ouvir. Só depois que eu fui entender, que eu vi que Deus é muito maior que tudo isso e que eu sou um cara abençoado por poder me pintar e dançar pra Ele. Por mais ridículo que pareça, sei que esse trabalho vale a pena. Eu não sei isso apenas porque eu lí na Bíblia ou porque alguém me falou. Sei porque eu vivo isso e porque o próprio Deus tem me mostrado isso ao longo dessa caminhada.

É sempre assim, né? Muitas coisas acontecem em nossas vidas, mas só entendemos depois. Isso não quer dizer que vamos entender tudo sempre, mas é uma esperança de que Deus vai nos revelar aos poucos a Sua vontade e os Seus caminhos em nossas vidas. Ele vai nos mostrar aquilo que precisamos ver e vamos aprender aquilo que precisamos para continuarmos firmes. Ele vai alinhar nosso coração à Sua vontade e nos fazer amar as pessoas como Ele nos ama. É algo que cresce em nós, que vai se desenvolvendo. Não vem pronto, nem fica pronto. Faz parte da nossa vida com Deus.

Eu decidi parar pra escrever esse post quando terminamos de apresentar a peça Duas Mesas para os alunos da ETED Artes, que tiveram uma semana de ministrações acerca da orfandade e do coração paterno de Deus. Enquanto eu estava sendo maquiado, um pouco antes da apresentação, me lembrei de todas as outras vezes em que apresentamos essa mesma peça e nas coisas maravilhosas que Deus sempre faz através dela, através de nós. Enquanto ministrávamos o amor de Deus na vida dos alunos nós também fomos ministrados pelo próprio Espírito Santo. E isso sempre acontece, cada vez de uma maneira diferente, mas Deus sempre se manifesta e Sua presença se torna mais palpável em nosso meio. É algo que vale a pena, Ele faz tudo valer a pena. E nós não somos nada! A peça não é nada! Mas Ele é tudo e isso faz toda a diferença. Ele é o Senhor das nossas vidas e nós somos seus filhos amados. Ele é a nossa recompensa!

A ETED Artes tem sido um presente de Deus. Terminamos o primeiro mês satisfeitos com tudo que Ele tem feito por aqui. Estamos com uma turma de pessoas dispostas e o Pai tem agido de maneira profunda na vida de cada um. Eu não me canso de ser surpreendido pelo Seu amor e pela Sua graça, de ver Seu agir e seu mover em nossas vidas. É como se, por mais que aprendêssemos, houvesse sempre mais para aprender. Deus é uma fonte inesgotável, a única que pode saciar a nossa sede de verdade, a única que jorra do nosso interior, nos tornando capazes de sermos fonte também, de fazermos parte de algo tão lindo que palavras não são suficientes pra expressar.

Quero tirar um tempo pra escrever um pouco sobre como tem sido essa experiência de estar trabalhando na ETED sem discipular, de estar nos bastidores, por trás da escola. Confesso que não tem sido fácil, mas tenho aprendido muito. Ainda estou digerindo as coisas e buscando entender esse tempo. As vezes eu quero sair fazendo tudo, meter o bedelho em tudo, mas uma voz suave me diz: "Descanse, Felipe! Você está aqui para ser cuidado e não para cuidar de ninguém." Estou aprendendo (e me deixando) ser cuidado. Faz parte desse processo que estou vivendo.

Você com certeza percebeu que eu vou me empolgando, né? Espero que tenha conseguido passar um pouco do que eu tenho vivido pra você. Espero que Deus incendeie seu coração com Seu amor maravilhosa e que você seja constrangido pela Sua presença. Ele está ao seu lado... é Ele mesmo!

Agradeço a Deus pela sua vida, porque você parou para ler o que eu escrevi aqui e porque eu sei que você torce por mim. A minha vida fica bem mais fácil com o seu carinho. Saiba que eu sou grato pelas suas orações, viu? Sou abençoado por ter você na minha vida!






Estou com alguns planos para o final do ano e gostaria de pedir que você me ajudasse em oração. Se Deus quiser eu faço a EIFOL em outubro e fico como obreiro do SEIS em novembro. Mas só se Ele quiser! Eu acredito que ambos os cursos serão ferramentas de grande valor para a minha vida e, consequentemente, para muitas outras vidas. Tenho convicção de que estou no lugar certo e quero, mais que tudo, fazer as coisas certas, no tempo de Deus.


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