20.2.14

O mês mais curto do ano

Esses dias fui ao mercado e a seção de ovos de páscoa já estava montada. É nessas horas que a ficha cai e eu percebo como o tempo passou e como faz tempo que eu não escrevo aqui no blog. Acho que já está tarde pra desejar um feliz ano novo pra vocês, né?

Galera reunida pra comemoração do meu aniversário no centro de Curitiba
Meu último post foi em novembro do ano passado, uma semana antes do meu aniversário. Me lembro daquela semana como se fosse hoje: estava saindo do SEIS pra começar um novo desafio na FMA. Sabe aquele frio na barriga de deixar o que já conhecemos pra trás e encarar o desconhecido? Pois é. O bom de voltar a escrever aqui é que eu sempre acabo olhando pra trás e fazendo uma respectiva do tempo que passou. Olhar pra trás nem sempre é fácil, além de encarar tudo que foi bom, temos que encarar os erros e o que foi ruim também. Isso envolve introspecção, reflexão e arrependimento. Gera mudança e transformação. Dói bastante, mas vale a pena.
Alunos e obreiros da FMA 2013
Trabalhar como tradutor da FMA durante três meses foi uma das experiências mais incríveis que eu tive na minha vida em missões. Eu literalmente me encontrei como tradutor e hoje entendo que esse é um dom e um chamado de Deus na minha vida. No início do ano passado eu compartilhei com o Jan Denharder como a tradução havia entrado na minha vida e como eu entendia que isso era um dom e um chamado de Deus. Ele abriu os meus olhos quando falou que era muito mais que isso, ele disse que era uma maneira de Deus me ensinar a pregar, a ensinar e a ministrar sem me colocar em um posição de risco. Além de ter a oportunidade e o prazer de conhecer pessoas incríveis, eu pude perceber claramente o quanto eu aprendi e cresci como tradutor e intérprete a cada semana. Traduzir uma aula é diferente de traduzir uma pregação em um culto, traduzir na base é diferente de traduzir em um igreja, traduzir uma sessão de aconselhamento ou uma ministração.
Os professores que eu traduzi durante a FMA
Cada semana foi um novo desafio. Cada professor tem o seu ritmo, seu sotaque, seu tom, Cada um com seu jeito particular de falar, de dar aula e de ministrar. Eu me conecto com cada um deles de uma maneira tão especial e a conexão com cada um varia de acordo com a afinidade. Eu fui percebendo que não podia atrair a atenção das pessoas pra mim, que tinha que ser como a sombra do professor. Com o tempo fui desaparecendo e na última semana de aulas as pessoas olhavam mais para o professor do que para mim, era quase como se eu não estivesse lá. Isso foi uma grande vitória pra mim.
Culto de formatura da FMA
O maior desafio de todos foi, sem dúvida, o culto de formatura que eu traduzi do português para o inglês e do inglês para o português. É engraçado que, apesar da tensão e da pressão da tradução simultânea, durante alguns momentos eu me sinto tão leve que é como se eu nem estivesse lá.. as palavras entram nos meus ouvidos e saem da minha boca quase que automaticamente, sem nenhum esforço. Já em alguns momentos a carga sobre o cérebro é tão grande que eu me sentia como se fosse desaparecer. E daí tudo volta a fluir novamente. Sentir esse poder fluir através de mim é algo inexplicável. É tão forte que as vezes parece que eu vou cair no chão, minha pernas tremem e eu literalmente desapareço, sumo. Escrevendo sobre isso agora me veio uma cena de Billy Elliot, que é um dos meus filmes preferidos de todos os tempos, quando o Billy está sendo avaliado pelo comitê da Royal Ballet School e, bem no final da avaliação, uma das tutoras pergunta como ele se sente quando está dançando. Depois de pensar um pouco ele responde o seguinte: "Não sei. Eu me sinto bem. No começo é difícil, mas depois que começo, eu esqueço de tudo. E... desapareço. Parece que eu desapareço. Eu sinto uma mudança no meu corpo todo. Como se tivesse um fogo. E eu fico ali. Voando. Como um pássaro. Como a eletricidade. É, eletricidade." É mais ou menos assim que eu me sinto quando estou traduzindo.
Momentos no CCL. Cesar e Lidiane
Durante o recesso de final de ano eu fui com o Cesar visitar a Lidiane no CCL - Centro de Capacitação de Líderes, a base da JOCUM em Piraquara. Passamos ótimos dias por lá. Caminhamos, corremos, oramos e tivemos muito tempo de qualidade e comunhão. Na virada do ano fizemos uma ceia e assistimos aos fogos do alto de uma construção, dava pra ver Curitiba inteira de lá, foi lindo. Logo depois assistimos Nefarious: Merchant of Souls, o documentário do Exodus Cry sobre tráfico humano que eu queria assistir há tempos. Quando o filme terminou eu estava sem palavras, com um nó na garganta, um aperto no peito. Eu e o Cesar tivemos um tempo de intercessão e eu fui dormir com uma sensação de que não poderia ter começado esse ano de outra maneira.
Casamento da Mosaika e do Jonathan
Uns dias depois rolou o casamento do Jonathan e da Mosaika, que foi lindo demais, bem família. Fiquei muito feliz por participar desse marco na vida da Mosaika, que é uma das melhores amigas que eu fiz nesse tempo em JOCUM. Esses dias no CCL foram cruciais na tomada de algumas decisões e posicionamentos. Deus falou tremendamente comigo. No meu aniversário eu decidi me dar de presente uma matrícula na academia aqui do bairro e comecei a treinar e a correr diariamente. No começo eu confesso que odiava estar lá, mas com o tempo comecei a gostar e a sentir prazer, principalmente em correr.


Na última semana da FMA eu já estava trabalhando nos últimos detalhes para o IES - Intensive English Seminar, o seminário intensivo de inglês que aconteceu aqui na base de 20 de janeiro a 8 de fevereiro. Esse seminário já acontecia há sete anos aqui no Brasil, sempre no CTM da Igreja do Evangelho Quadrangular. No ano passado surgiu a oportunidade da nossa base abraçar mais esse filho e eu, a Cristina e o Hiago temos orado e trabalhado nesse sonho desde então. Foram três semanas intensas com 45 alunos e cinco professores americanos que nós recebemos aqui na base. No começo eu achei que fosse enlouquecer, era muita coisa pra fazer e eu quase me desesperei, mas depois as coisas foram se normalizando. Na verdade Deus usou um acidente que eu tive na academia pra que eu parasse um pouco. Eu fraturei o cóccix e tive que ficar em repouso por alguns dias. Isso me obrigou a parar e a entender que as coisas funcionavam sem mim.
IES 2014
Foi bem legal (e cansativo!) trabalhar em todo o processo do seminário, do início ao fim. Eu cuidei da inscrição e da matrícula dos alunos, dos pagamentos, o contato com os professores, hospedagem, transporte, recepção dos alunos, material didático, comunicação e tantas outras coisas. Não que eu já não tenha feito cada uma dessas coisas nas outras escolas e seminários nos quais eu trabalhei, mas dessa vez foi diferente, eu estava envolvido em todo o processo como um pai cuidando de um filho. Por mais cansativo que tenha sido o prazer de estar vivendo tudo isso era maior, bem maior. A unção que os professores trouxeram com eles foi impressionante e tomou conta de tudo, tanto das aulas e atividades do seminário quanto da base no geral. Sou grato pela vida da Cris, que acreditou em mim, e do Hiago, que foi meu parceirão e me ensinou tanto. Sou grato por cada obreiro da base, que nos ajudou nesse tempo com tanta disposição e alegria. Sou grato pelos alunos, que fizeram tudo valer a pena e pelos professores, que disseram sim a Deus e vieram nos servir com tanto amor. Eu não tenho palavras pra descrever o que Deus fez em nossas vidas e aqui na base durante o seminário. No culto de formatura, que foi todo organizado e conduzido pelos alunos, eu chorei como criança ao ouvir um testemunho de um aluno e me alegrei com cada um lá na frente falando em inglês e traduzindo. Nunca fui tão honrado por Deus e pelas pessoas... fiquei constrangido com tanto amor e carinho, com a recompensa pelo trabalho em Deus. Poderia escrever muito mais, mas acho que isso já é o bastante. Vocês já me conhecem e sabem que quando eu começo eu não paro mais, né?
Obreiros do IES
Depois que o seminário terminou eu achei que ia de novo para o CCL visitar meus amigos que estão lá, ouvir Deus e descansar um pouco, mas Deus me levou para a casa dos pais do Deivid em Balneário Pinhal, no Rio Grande do Sul. Foram cinco dias de descanso na praia com uma família abençoada que me recebeu com tanto carinho. Eu literalmente descansei: comi, dormi, fui pra praia e vi TV. Matei a saudade que eu tava de praia: tomei sol, nadei bastante, caminhei, comi peixe e camarão. Não fui lá só para descansar, mas em busca de respostas sobre os meus próximos passos. Tive tempo para orar e meditar. Comecei a ler o livro Fogo na Montanha - O Caminho, do Rick Joyner e durante uma das minhas meditações Deus foi bastante claro: "Felipe, acalme seu coração e confie em mim até você saber qual é a minha vontade."

Confesso que para mim não é fácil não saber o que eu vou fazer. Sempre faço planos e tenho vários sonhos, mas desa vez eu estou esperando uma direção de Deus. Não quero que uma necessidade ou um pedido de ajuda definam os meus próximos passos. Quero obedecer a Deus, por mais difícil que seja. Existem alguns convites e oportunidades, mas nada confirmado por Deus ainda. Sei que amanhã vou pra reunião do Kick Off das ações para a Copa do Mundo na base da JOCUM Sem Fronteiras e na semana do dia 3 vou traduzir a aula do Bob Steyer sobre graça na ETED.

Primeiro passo!
Por enquanto é isso que eu sei. Também sei que desde que cheguei aqui na base já ajudei mais de 15 pessoas a conseguirem o visto para os Estados Unidos e uma dessas pessoas, meu querido "primo" Sabiá, me deu o dinheiro pra tirar um novo passaporte. O meu já estava vencido há dez anos. Já estou com o passaporte novo na mão e tenho ouvido a palavra nações sussurrada em meus ouvidos de tempos em tempos. Confesso que não pensava, nem sonhava mais com nações há muito tempo. Faz dez anos que eu voltei de Londres e o pastor da igreja do meu pai falou que me via com um cajado na mão nos quatro cantos do mundo. Na época eu não quis nem saber disso, mas recentemente essa palavra me voltou à memória. E as palavras que Deus tem falado comigo recentemente tem me enchido de esperança e de certeza. Agora é acalmar o coração, confiar e esperar em Deus.

"Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos", declara o Senhor. "Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus pensamentos. Assim como a chuva e a neve descem dos céus e não voltam para ele sem regarem a terra e fazerem-na brotar e florescer, para ela produzir semente para o semeador e pão para o que come, assim também ocorre com a palavra que sai da minha boca: Ela não voltará para mim vazia, mas fará o que desejo e atingirá o propósito para o qual a enviei. Vocês sairão em júbilo e serão conduzidos em paz; os montes e colinas irromperão em canto diante de vocês, e todas as árvores do campo baterão palmas. No lugar do espinheiro crescerá o pinheiro, e em vez de roseiras bravas crescerá a murta. Isso resultará em renome para o Senhor, para sinal eterno, que não será destruído." Isaías 55:8-13

Eu e a minha criança interior tomando banho de chuva de verão... delícia!
Peço que vocês orem por mim nesse sentido, para que eu confie, ouça e obedeça a voz de Deus em relação ao meu(s) próximo(s) passo(s). Saudade de vocês!

2 comentários:

Cesar Dutra disse...

Tenho a impressão de que o tempo da espera é uma jornada que carrega uma dinâmica mais significativa e relevante durante o processo da viabilidade do que propriamente a sua destinação. Maior do que o desafio de esperar é permanecer nele. É como se o desígnio fosse apenas o pretexto para a movimentação via desenvolvimento. Fico feliz em ver que a sua espera à medida que o tempo passa, têm firmado e estabelecidos passos no trajeto do propósito De Deus para a sua vida. Espiar os anos que ficaram para atrás e observar o tempo que passou, nos revela o progresso e a idoneidade desta "temporada de espera". Obrigado por fazer parte da minha estação e permitir a oportunidade de fazer parte da sua temporada.

“os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” (Isaías 40:31).

Esperando em Deus - Ele age em Nosso Favor
Esperando em Deus - Ele nos Fortalece
Esperando em Deus - Ele nos Abençoa

Te amo mano!

Cesar Dutra

Patycia :] disse...

Orando Fê, as coisas com Deus são assim msm, qndo a gente está numa loucura, Ele nos proporciona um momento de descanso e qndo a gente quer ansiosamente uma direção, Ele nos puxa para ter um tempo com Ele e primeiro acalmar o nosso coração... creio q é no colo dEle q nossas forças são renovadas e a gente consegue confiar nos planos de bem q Ele tem pro futuro, estar nas mãos dEle buscando a Sua direção já é um grande passo pra alcançar o Seu ideal... logo vc vai voltar cheio de alegria pq “os que confiam em Deus são protegidos pelo Seu amor” e alcançam o q Deus tem no momento exato. Q sua estrada, não só a sua, mas a minha tb pq preciso mto, seja iluminada como a luz da aurora, q a sabedoria e a compreensão dos planos de Deus te encha de convicção. E amigo, não se preocupe nem tenha medo ou pressa pq ainda q pareça demorar, Deus já foi à frente e escreveu todos os dias da Sua vida... só pd ter coisa boa nisso. Fik na Paz

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